PRECONCEITO E DISCRIMINAÇÃO NO ESPAÇO EDUCATIVO

PRECONCEITO E DISCRIMINAÇÃO NO ESPAÇO EDUCATIVO

Uma das questões fundamentais a serem trabalhadas no cotidiano escolar, na perspectiva da promoção de uma educação atenta a diversidade cultural e a diferença, diz respeito ao combate á discriminação e ao preconceito, tão presente na nossa sociedade e nas nossas escolas. E na escola, que valores sociais e morais são reforçados e também é nela que muitos preconceitos são perpetuado de forma quase imperceptível. Portanto, temos que propiciar a reflexão crítica sobre a valorização da cultura negra, criando espaços para manifestações artísticas que proporcionem reflexão crítica da realidade e afirmação positiva dos valores culturais negros pertencentes a nossa sociedade.
A escola sempre teve dificuldade em lidar com a pluralidade e a diferença. Tende a silenciá-las e neutralizá-las. É essencial reconhecer que existem as diferenças. "Infelizmente, muitas escolas reproduzem a discriminação racial e muitos professores não apresentam propostas pedagógicas para se contrapor a essas situações". O acesso a um ambiente que estimula o respeito à diversidade ajuda a formar pessoas mais respeitadoras, mais educadas e mais preocupadas com a coletividade.
Os primeiros anos de vida são decisivos na formação da criança, pois se trata de um período em que ela está construindo sua identidade e grande parte da sua estrutura física, afetiva e intelectual. Sobre tudo nesta fase, devem-se adotar várias estratégias, entre elas as atividades lúdicas em grupo, que são capazes de intervir positivamente no desenvolvimento da criança, respeitando o grau de desenvolvimento biopsicossocial e a adversidade social e cultural das populações infantis, como também promover o seu desenvolvimento integral, ampliando suas experiências e conhecimentos de forma a estimular o interesse pela dinâmica da vida social e contribuir para que sua integração e convivência na sociedade sejam produtivas e marcadas pelos valores de solidariedade, liberdade, cooperação e respeito. 
O combate a todas as formas de preconceito deve ser prioridade desde os primeiros anos da Educação Infantil. A escola tem o papel importantíssimo na conscientização social do alunado, no entanto a responsabilidade não cabe somente a ela, mas a solução deve ser em conjunto com os pais dos alunos envolvidos.
Os professores devem preocupar-se com aos materiais didáticos utilizados para ministrar suas aulas, tomando cuidado com textos e ilustrações que possam reforçar o racismo. Essas ações concretas contra o racismo na escola podem amenizar o prejuízo que esta prática vem trazendo para alunos negros.  Os diretores, pedagogos e professores precisam ser sensibilizados para a gravidade deste problema, que pode deixar sequelas, que podem acompanhar até a vida adulta desta criança.
 A escola não pode eximir-se deste processo de constituição da cidadania, da democracia, da vida republicana, sem deixar de ver na diversidade um potencial de diálogo, discurso e prática que promova a igualdade na educação. Para que só assim possamos romper com o modelo vigente na sociedade brasileira, garantindo a cidadania e a igualdade racial. A Lei em si não basta, é preciso que modifiquemos o ensino-aprendizagem para que tenhamos um resultado eficaz, valorizando conhecimentos dessas culturas, fazendo acontecer mudanças necessárias nos valores morais dos  alunos.
Desta forma a presente ação atende os dispositivos da Lei 10.639/2003 e a Lei 11.645/2008, que determinou a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena” no currículo oficial da rede de ensino fundamental e médio nas escolas públicas e particulares do Brasil.
Com essa ação espera-se que a consciência de valorização do ser humano ultrapasse as fronteiras da violência, do preconceito e do racismo.
                  “Todo brasileiro, mesmo o alvo, de cabelo louro, traz na alma quando não na alma e no corpo, a sombra, ou pelo menos a pinta, do indígena ou do negro” (FREYRE, 1993).
       




                            

O desenvolvimento da ação estará em consonância com os blocos temáticos da instituição escolar e será feito de acordo com as necessidades da turma e a realidade local, estabelecendo a proposta de conteúdo para a classe. Em primeiro momento a temática será realizada na sala de aula por meio de atividades.  Os alunos devem fazer observações diretas no entorno familiar, observações indiretas em ilustrações, leituras, pesquisas. Em segundo momento o envolvimento dos pais na conscientização do preconceito racial existente na sociedade e as formas de combate aos mesmos, e finalmente, na culminância da ação será convidada toda a comunidade escolar para apresentação e exposição das atividades realizadas.




Atividades a serem Realizadas    


Materiais Necessários

Tempo para cada Atividade
Reunir a turma em círculo para ouvir histórias que tratem da diversidade e valorizem o respeito à diferença. Pedir que todos comentem. A roda de conversa pode ser aproveitada para debater eventuais conflitos gerados por preconceitos.
Livros: Menina bonita do laço de fita, de Ana Maria Machado. Editora Ática.
O menino marrom, de Ziraldo. Editora Melhoramentos. (link para o site do Ziraldo)
No tempo da escravidão no Brasil, de Eduardo Carlos Pereira e Maria Lúcia Mott. Editora Scipione.







1 hora
Convidar os pais para fazer, junto com os filhos, uma oficina de bonecos negros. Depois de prontos, deixar à disposição na sala para as brincadeiras e organizar um revezamento para que as crianças possam levá-los para casa.
Os pequenos criam laços com esses objetos e se reconhecem neles.


Retalhos de tecidos de diversas cores e estampas, linha, agulha, botões.




3 horas
Um dos problemas enfrentados pelas crianças negras é relacionado aos cabelos. Não é difícil ouvir algumas falando que gostariam de tê-los lisos.
Mexer nos cabelos e trocar carinho é uma forma de cuidar delas, romper possíveis barreiras de preconceitos e aprender que não existe cabelo ruim, só estilos diferentes. Pedir que a turma desenhe em uma folha os diferentes tipos de cabelos (textura, cor etc.) que existem.






Papel, lápis de cor e giz de cera.










1 hora
Planejar momentos de degustação. As aulas de culinária são momentos ricos para enfocar heranças culturais dos vários grupos que compõem a sociedade brasileira.
 Conhecer músicas em diferentes línguas é um bom caminho para estimular o respeito pelos diversos grupos humanos. Isso se aplica a todas as formas de arte.




CDs, DVDs, brinquedos e instrumentos musicais.





3 horas
E finalmente, na culminância da ação será convidada toda a comunidade escolar para apresentação e exposição das atividades realizadas.





"Enquanto a cor da pele for mais importante que o brilho dos olhos, haverá guerra". (Bob Marley)


"Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele ou por sua origem ou sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender. E se podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar, pois o amor chega mais naturalmente ao coração humano do que o seu oposto. A bondade humana é uma chama que pode ser oculta, jamais extinta." (Nelson Mandela)

Professora: Andréia de Jesus Cruz

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Olá, eu sou Andréia estou no 3° semestre de Pedagogia na UNOPAR, e amo educar!