A DIDÁTICA DA APRENDIZAGEM – SUAS
TRANSFORMAÇÕES
A chamada globalização influencia não apenas a atividade
econômica mundial, mas também a vida em sociedade o que inclui a escola. Não é,
portanto um fenômeno inédito, utópico e sim algo real e presente. A escola
precisa estar atenta para acompanhar as transformações sociais, culturais e
políticas. A educação é tida como maior recurso que se dispõe para enfrentar
essa nova estruturação do mundo e dela depende a continuidade desse processo.
É claro que a metodologia utilizada nas escolas contribui
muito para o sucesso ou fracasso do processo de ensino – aprendizagem. O
professor de hoje precisa ter um novo olhar para se ter uma nova didática. Ele
precisa apresentar um cenário que vislumbre o aluno e chame a atenção do mesmo
para que seja algo prazeroso, dinâmico e participativo em sala de aula.
Começa-se então o questionamento qual o melhor método a ser usado pelo
professor em sala de aula. Passa-se a entender que o sujeito cognitivo não
apenas como sujeito racional, mas como sujeito psicológico, social e político.
Professor e aluno se relacionando na dinâmica histórica da sociedade.
Necessita superar a visão restrita do
mundo e compreender a complexa realidade, ao mesmo tempo, resgatar a
centralidade do homem na realidade e na produção do conhecimento, de modo a
permitir, ao mesmo tempo, uma melhor compreensão da realidade e do homem como
um ser determinante e determinado. (LUCK,1995 p.60).
É preciso primeiro como professor ter uma visão aberta para
receber os novos conceitos e direcionamentos e fazer uso deles para a formação
de verdadeiros cidadãos. Cidadãos estes que saibam exercer seus deveres e
obrigações em sociedade. Que saibam construir suas críticas sobre a realidade
do mundo a sua volta. E que promova também no mesmo a reflexão da sociedade e
de si mesmo enquanto cidadão. E que possa interagir na história humana
promovendo transformações com suas atitudes e pensamentos. Pois o papel do
educador acima de tudo é desenvolver no aluno a sua capacidade de questionar,
de formar pensamentos e opiniões críticas.
Mas no decorrer da história, diante das mudanças que passou a
educação, nem sempre a mesma foi vista como atualmente. A maioria das escolas,
antes utilizava o método tradicional. Nesse método de ensino o professor
transmite seus conhecimentos a um grupo de alunos menos instruídos. Não há
comunicação entre o professor e o aluno, e a evolução da aprendizagem são
analisados regularmente através de testes elaborados pelo professor. Este
assume que os objetivos por ele estabelecidos podem ser alcançados e para isso
a matéria é divida em “unidades” que por sua vez são transmitidas
individualmente aos alunos. Mas esta metodologia gera insistência na imitação,
obediência, repetição; conduz a negligencia das capacidades criativas fazendo
do aluno apenas um ser que repete mecanicamente o que ouve.
Como funciona esse método em sala de aula?
No método Tradicional o professor ver os alunos como meros
aprendizes. Determina o conteúdo e o objetivo da aula, tendo ele todo o
controle da situação. Os alunos são motivados por algo exterior, os conteúdos
são divididos para facilitar a aprendizagem e é subentendido que cada aluno é
capaz de aprender a mesma matéria dentro do mesmo tempo, como se todos fossem
iguais. Nesse método o professor fornece respostas – modelo (solução orientada).
Enfim, são aulas expositivas, com muita teoria e exercícios sistematizados e
mecanizado, tornando o aluno um depósito de conhecimento acumulado. Onde o mesmo
aprende para a realização dos testes e em sua grande maioria o “sucesso” é em
curto prazo. Como o método não conduz o aluno a ser crítico, o professor fala
como se dotado de todo o saber e o aluno somente ouve. Mantendo certa distância
entre docente e discente.
[...] Aprender não é acumular
conhecimentos, apesar de passar pelas informações, não se resume a elas.
Somente transmitir conhecimentos não garante a aprendizagem. Aprendizagem
pressupõe análise, comparação, associação com o já conhecido, predisposição à
negociação e a interação com o novo. [...] (Nicolescu,199)
“Tem de ser um sistema aberto” que transmita
“aos estudantes de todos os níveis, motivação de aprender e uma disciplina de
aprendizagem contínua” (DUCKER, 2005, P 207). A escola deve rever seus tempos,
respeitar os ritmos e as formas de aprendizagem e, sobretudo, os interesses de
cada um.
Perceba
que é necessário para o autor respeitar o aluno acima de tudo. Suas diferenças
individuais e sociais, levando em conta que cada ser humano tem suas
particularidades, seu tempo e forma de aprendizado Como também é necessário
mudar a forma de transmissão do conhecimento, pois já visto que a aprendizagem
é a interação com o novo.
No método Histórico-Crítico, o professor deixa de ser um guia
e assume o papel de parceiro. Os alunos são vistos como seres holísticos, isto
é, acredita-se que além de possuírem uma dimensão mental, também possuem uma
dimensão física. O professor aqui encoraja o diálogo entre os alunos,
impulsiona-os a desenvolverem raciocínio lógico, pensamento crítico, a
desenvolver suas aspirações, capazes de argumentar e não somente aceitar o que
for dito. Para que esse conhecimento seja duradouro o professor confronta com
questões que os motiva a encontrar suas próprias respostas.
Mediante a tantas transformações, o professor precisa romper
junto. Buscando se adaptar aos novos tempos em que são disponibilizados espaços
virtuais, como por exemplo, trocando e-mail com os alunos, realizando
disciplinas on-line, propondo pesquisas na internet, aplicar o espaço virtual
como didático. Esse novo professor precisa ser na verdade um empreendedor,
capaz de realizar mudanças para si e para seus alunos fazendo com que sejam bem
sucedidos e que não sofram com a fragmentação e sim saibam viver em meio a ela.
Com essa análise, fica fácil definir-se os métodos, pois
quando se pensa em método tradicional, será visualizado alguém que se intitula
ou é intitulado “dono do saber”, unicamente passando e cobrando informações.
Já no construtivista visualiza-se uma sala de aula onde o
aluno é respeitado não somente no âmbito mental, mas também no físico e
emocional, sendo motivado e aguçado a verdadeiramente aprender. Os professores
são aconselhados a despirem-se de suas velhas didáticas e aventurar-se, não
mais aprender pensando e nem aprender fazendo, mas aprender aprendendo. Não mais
ensinar o que a quem, mas ensinar a aprender como se aprende.
Esta identidade com o nome de professor, questionada quando
da mudança do ensino religioso para o ensino laico, do ensino tradicional para
a escola nova, das pedagogias românticas para as pedagogias críticas, é apenas
uma paródia: “o plural a habita, almas inumeráveis nela disputam” (FOUCAULT,
1996, p. 21), ao longo dos tempos.
As transformações estão acontecendo, estão em constante
movimento. O cenário é de mudanças e o professor não pode em momento algum se
fechar para o novo, precisa ter a
mente aberta e uma visão critica permanentemente.
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