COMBATE À
HOMOFOBIA NAS ESCOLAS: Quais os melhores caminhos para diminuir
a homofobia nas escolas?
A homofobia continua presente nas
escolas brasileiras e ao redor do mundo. As salas de aula são alguns dos
ambientes mais nocivos à saúde mental de homossexuais. Na infância, por
inocência e com base na educação familiar, a grande maioria costuma apontar e
excluir colegas homossexuais ou que tenham um comportamento diferente do que
foi educado como “normal”. Na adolescência, a exclusão continua forte, podendo
resultar de agressões físicas e verbais. É Preciso desvelar os preconceitos que
se fazem presente na sociedade. Não haverá educação inclusiva se não houver
escola inclusiva, currículo inclusivo, docentes inclusivos e toda uma
comunidade predisposta a ter na diferença entre as pessoas, possibilidades de enriquecimento
cultural, e não uma ameaça ás suas identidades.
A homossexualidade é uma das
principais causas de bullying nas escolas. A abordagem do
assunto nas escolas pode até deixar alguns pais receosos, mas é necessário
entender que é importante que o respeito às diferenças esteja presente no
currículo. Informar é o primeiro passo para a quebra do preconceito. Sem ter referências sociais e culturais para debater a
respeito da identidade de gênero e da orientação sexual, os jovens acabam
referindo-se com ironia e preconceito aos gays dentro e fora da escola. O fato
da homossexualidade já estar na rua, na televisão, mas não na escola ou no
livro didático, acaba levando ao bullying. A diferença não precisa ser apenas aceita como
um simples mistério para o qual nos curvamos, não é religião. Precisa ser
estudada. Aqui valem as palavras de Santos:"as pessoas têm direito a ser
iguais sempre que as diferenças as inferiorizarem e a torna-se diferente sempre
que a igualdade representar um risco para suas identidades"(apud MOREIRA,2001)
Nós como pedagogos e formadores de opiniões deveram
conscientizar os alunos, professores, diretores, funcionários, pais, e toda
comunidade de que ser ou não homossexual é uma escolha de cada um, e acima de
aceitar ou não a decisão do próximo, está o nosso dever de respeitá-lo, pois em 1948 foi criada a
Declaração Universal dos Direitos Humanos estabelecendo, em seu artigo 1º, que:
Todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotadas de
razão e consciência e devem agir em relação umas às outras com espírito de fraternidade.
A homossexualidade e a bissexualidade ainda são assuntos delicados no
ambiente escolar. O preconceito por parte dos estudantes e professores, e a
falta de técnicas pedagógicas adequadas para lidar com a diversidade sexual
fazem com que a homofobia seja um problema recorrente nas salas de aula. Muitas pessoas, por exemplo, partem do
pressuposto de que a bissexualidade e a homossexualidade são desvios de
caráter, uma doença ou ainda algo contagioso.
A psicologia já demonstrou que ninguém sabe explicar cientificamente por
que as pessoas são heterossexuais, bissexuais ou homossexuais. Há fatores
biológicos, psicológicos e sociais, mas é impossível determinar uma única
causa. A sociedade brasileira vive profundas
transformações, caracterizada por injustiças sociais e manifestos de
intolerância contra gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais, e
infelizmente o Brasil tem um dos altos índices de violência homofobica no mundo,
em uma sociedade como a nossa qualquer um que saia da norma heterossexual é
imediatamente tratada com descaso, desprezo, humilhação e até com violência
física.
Há uma invisibilidade dentro das escolas por causa do preconceito e o
primeiro erro é não reconhecer essa diversidade. A escola está enfrentando
diversas formas de violência e acaba ficando perdida, sem saber o que fazer,
quando ela é na verdade um espaço privilegiado de promoção dos direitos.
“È preciso que a escola contribua para uma
postura ético valorativo de recolocar valores humanos fundamentais como a
justiça, a solidariedade, a honestidade, o reconhecimento da diversidade e da
diferença, o respeito à vida e aos direitos humanos básicos como suportes de
convicções democráticas. Libaneo (2002, p.7)”
Todos têm direito à
educação. E a escola que respeita as diversidades inclusive a sexual, é a que
contribui para um novo pacto social no qual todos têm direito a fazer parte
dele. O respeito à diversidade atende as preocupações de construir um modelo
educacional inclusivo, em que se
garante o acesso e a permanência de qualidade. A diversidade é pedagógica, enquanto nós não educarmos as
pessoas, e não apenas nas escolas com programas de combate a homofobia, mas nas
ruas, nas igrejas, nas empresas, sobre o que é a diversidade e como a
convivência com ela é benéfica pra sociedade, não teremos avanços
significativos. Precisamos ter, antes de leis, a sociedade do lado da
diversidade.
Entendemos, portanto,
que para a construção de uma escola verdadeiramente democrática faz-se
necessário o combate a toda forma de preconceito e, entre elas, a homofobia,
capacitando e sensibilizando o corpo docente e demais profissional da escola a
desenvolverem projetos e práticas cotidianas que integre toda a comunidade
escolar no enfrentamento e combate a discriminação sexual.
"Temos como superar o
medo do desconhecido que o “outro” nos provoca, e enfrentar a aventura que a
vida nos promete: basta pensar que a diferença não implica superioridade e que
a verdade não é monopólio de ninguém.”
(Jaime Pinsky)
O pedagogo ira reunir-se com os professores e os funcionários da escola
para apresentar uma palestra sobre a homofobia no espaço escolar, e promover
uma campanha, onde serão realizadas atividades interdisciplinares.
Atividades a serem realizadas
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Objetivo
Materiais
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Duração
A quem será ministrada
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1°Atividade
Convivendo com a diversidade sexual na escola: Em
plenária, apresente uma figura por vez aos alunos e alunas, perguntando
quais
as sensações que a figura desperta.
•
Escreva todas as sensações citadas no quadro.
•
Leia-as e pergunte o que se pode concluir a partir dessas respostas. Explique
que, em nossa sociedade, tudo o que foge a certo padrão de masculinidade e de
feminilidade
é,
muitas vezes, visto com estranhamento. É desse estranhamento que
surgem
os preconceitos e, consequentemente, a discriminação.
• Peça
que os/as alunos/as se dividam em três grupos e informe que irá distribuir
Três
situações (ver no final) que poderiam ter ocorrido em qualquer escola. Elas e
Eles
deverão ler a situação e responder à pergunta: O que nós podemos fazer?
•
Informe que terão 20 minutos para discutir a situação e pensar em uma resposta.
• Ao
final deste período, peça a cada grupo que apresente suas conclusões e
aprofunde
a discussão
por meio das seguintes questões:
O que é
diversidade sexual?
Que
tipo de preconceito existe em relação às pessoas que gostam de pessoas
do mesmo sexo? Por quê?
Se um/a
amigo/a contasse que acha que é homossexual, o que você faria?
|
Refletir
sobre a diversidade
De
valores, crenças manifestações da sexualidade em nossa sociedade.
Reconhecer
e respeitar as
Diferentes
formas de orientação
Sexual
e afetiva bem como o
Direito
a expressá-las.
Materiais: Cópia das situações, desenhos ou figuras de: duas
garotas de mãos dadas, dois garotos de mãos dadas, um garoto e uma garota se
beijando no rosto, dois homens se abraçando depois que um deles faz um gol,
duas garotas se beijando na boca.
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Duração:
2h
1º ao
3º Ano do Ensino Médio
|
2°ATIVIDADE: CONSTRUINDO BANNERS: Divida
os alunos em grupos e explique novamente que cada grupo construirá um banner
(cartaz) como forma de uma campanha que tem a temática “Respeito aos
homossexuais e combate a intolerância frente à diversidade sexual”. Avise que
terão 30 minutos para se prepararem e apresentarem um cartaz com uma frase e
um desenho para estampar tal campanha. Ao final do tempo determinado, os
grupos apresentarão as propostas. Quando terminarem, o/a professor/a
solicitará que os/as alunos/as socializem suas produções nos diversos espaços
da escola.
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Respeitar os homossexuais e combater a
intolerância frente à diversidade sexual.
Materiais:
• Cartolinas;
• Pincéis;
• Papel
reciclado;
• Lápis
de cor;
• Papel
Mural;
• Fita
crepe; dentre outros.
• Figuras
de diferentes tipos de casais.
|
Duração: 30 min.
1º ao
3º Ano do Ensino Médio
|
3°Atividade : Sociedade alternativa. Divida
os participantes em subgrupos de 4 ou 5 pessoas.
•
Informe que cada subgrupo, agora, é um grupo de líderes de uma comunidade que
está se formando e que devem decidir quais as regras necessárias para
garantir uma boa convivência entre todas as pessoas que viverão no mesmo
local.
•
Explique que, além deles/as, a comunidade é composta por mais 10 pessoas com
as seguintes características:
1. Um
adolescente de 14 anos usuário de maconha.
2. Uma
garota de 13 anos com dificuldades de aprendizagem.
3. Um
homem de 40 anos bissexual.
4. Uma
mulher de 35 anos lésbica.
5. Um
casal de idosos heterossexual.
6. Um
religioso de 53 anos, que fez voto de castidade.
7. Uma
menina negra de 6 anos que foi adotada por um casal de homossexuais.
8. Uma
mulher de 50 anos virgem, com dificuldades auditivas.
9. Um
ex-deputado federal de 56 anos.
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•
Informe que eles/as terão 30 minutos para construir as regras e que elas
deverão ser escritas, uma a uma, na folha grande.
•
Quando todos os subgrupos terminarem solicite que cada um deles apresente as
regras.
•
Depois que cada grupo apresentar suas regras, abra para o debate a partir das
seguintes questões:
1. Como
foi para vocês construírem essas regras? Fácil? Difícil?
2.
Quais os critérios que vocês utilizaram para criar essas regras? São
parecidas ou diferentes com as de sua própria comunidade/município?
3. Quem
vocês excluiriam dessa comunidade? Por quê?
•
Debatidas as questões, convide o grupo a criar novas regras a partir do que
conversaram no debate, mas que tenham como princípio o respeito às diferenças
eaos direitos humanos
|
Reconhecer
e identificar
Preconceitos;
perceber a
Influência
dos preconceitos
Sobre
as decisões.
Materiais:
Papel, canetas, folha com as características das pessoas da comunidade para
os subgrupos, uma folha de flip chat para cada subgrupo, canetões.
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Duração:
2h
1º a 3º
ano do Ensino Médio
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ATIVIDADES
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JUN
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JUL
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AGO
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SET
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OUT
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Pesquisa do tema
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X
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X
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Definição do tema
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Pesquisa bibliográfica
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Desenvolvimento das ações
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Conclusão da Campanha
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Entrega da Campanha
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Professora: Andréia de Jesus Cruz
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